Estás desempregado ou será que não és empregável?
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O Real Motivo Por Trás do seu Desemprego
O desemprego é uma realidade que afeta milhares de angolanos, mas a questão crucial que muitos evitam, ou não sabem que devem se perguntar, é: estás desempregado ou não és empregável? Esta pergunta pode parecer dura, mas é importante para entendermos as verdadeiras razões por trás do desemprego.
Com isso podemos saber se a falta de oportunidades que se enfrenta é devido a fatores fora do nosso controlo ou a se existe uma falta de habilidades e atitudes adequadas. Este artigo explora essa diferença e oferece dicas práticas para melhorar a empregabilidade.
Leia até ao fim para entender melhor qual dos casos se aplica a si, e quais passos concretos podes dar para conseguir um emprego, e tornares-te indispensável na sua área de atuação.
O que é desemprego?
Desemprego é quando uma pessoa que está disponível para trabalhar não consegue encontrar um emprego. Isso pode acontecer por várias razões, como falta de vagas, crise económica ou mudanças nas indústrias. Por exemplo, quando uma fábrica fecha, muitos trabalhadores podem ficar desempregados porque não há outros empregos disponíveis na área no momento.
Fatores externos que levam ao desemprego
O desemprego pode ser causado por fatores externos como recessões económicas, que levam ao encerramento de empresas e cortes de empregos, automação e novas tecnologias que substituem trabalhadores humanos, e globalização, onde empresas transferem a produção para países com custos mais baixos, resultando em desemprego local.
Olhando especificamente para Angola, foi publicado um artigo perspicaz na plataforma Julaw no ano 2021 que ainda se mantém atual. De acordo com este artigo, o desemprego em Angola pode ser atribuído a várias causas específicas, incluindo:
Instabilidade Económica: Flutuações económicas frequentes, muitas vezes impulsionadas pela dependência das receitas do petróleo, levam à insegurança no emprego e ao encerramento de empresas.
Falta de Diversificação: A forte dependência da economia no setor petrolífero significa que outros setores permanecem subdesenvolvidos, limitando as oportunidades de emprego.
Desajuste Educacional: Há uma lacuna entre as habilidades fornecidas pelo sistema educacional e as exigidas pelo mercado de trabalho, resultando em muitos graduados com baixa empregabilidade.
Crescimento Populacional: O rápido crescimento populacional supera a criação de empregos, levando a taxas mais altas de desemprego entre os jovens.
Fatores Políticos e Sociais: Questões como corrupção, burocracia e instabilidade política desestimulam investimentos estrangeiros e dificultam o crescimento econômico.
Infraestrutura Inadequada: A infraestrutura deficiente afeta as operações comerciais e limita a expansão de indústrias que poderiam criar empregos.
Acesso Limitado ao Financiamento: Pequenas e médias empresas (PMEs) lutam para acessar crédito, restringindo sua capacidade de crescer e contratar mais funcionários.
Estes fatores, entre outros, contribuem coletivamente para a alta taxa de desemprego em Angola, em cerca de 32% segundo dados do INE, que cria um ambiente complexo para os candidatos a emprego. Para mais detalhes, recomendamos a leitura do artigo completo aqui.
Compreender esses fatores ajuda a perceber que, às vezes, o desemprego não é culpa da pessoa, mas sim resultado de mudanças no mundo ao seu redor - em suma, fora do seu controlo.
Não obstante, uma coisa é certa, apesar de muitas empresas fecharem durante períodos de crise, ou perderem clientes devido à falta de inovação, há sempre empresas a recrutar, há sempre empresas novas a nascer - é o ciclo da vida! Considere isso, que tipo de profissional tem maior acesso a oportunidades nessas alturas?
A Diferença Entre o Desempregado e o Não Empregável
O que significa ser um profissional empregável?
Ser empregável é simplesmente ter as habilidades, conhecimentos e atitudes que os empregadores procuram. É sobre conseguir e manter um emprego, e ser considerado um recurso de valor pelo seu empregador. Diferente do desemprego, que pode ser causado por fatores externos, a empregabilidade depende diretamente das qualidades individuais da pessoa, logo pode ser trabalhada, e melhorada. O profissional empregável pode conquistar novas oportunidades de trabalho mesmo diante dos factores externos abordados acima.
A baixa empregabilidade pode causar ou prolongar o desemprego?
Sim! Ficar desempregado por longos períodos devido à falta ou à má empregabilidade pode acontecer por várias razões relacionadas às competências, atitudes e adaptação ao mercado de trabalho atual. Abaixo estão alguns pontos-chave que podem explicar isso:
Falta de habilidades adequadas: se uma pessoa não possui as habilidades técnicas necessárias para os empregos disponíveis, pode ter dificuldade em competir com outros candidatos mais qualificados. Por exemplo, em áreas onde a tecnologia avança rapidamente, quem não se atualiza fica para trás.
Falta de habilidades interpessoais: A capacidade de se comunicar eficazmente, trabalhar em equipa e resolver problemas de forma colaborativa são habilidades comportamentais valorizadas por muitos empregadores. Se alguém não desenvolve essas competências, pode ser visto como menos apto para determinadas funções.
Resistência à mudança: O mercado de trabalho está constantemente evoluindo. Quem não se adapta a novas tecnologias, novos métodos de trabalho, nova liderança ou mudanças na dinâmica do setor pode perder oportunidades de emprego.
Falta de experiência relevante: às vezes, candidatos podem ter dificuldade em encontrar emprego porque não têm experiência prática na área desejada. Isso pode criar um ciclo onde é difícil obter experiência sem primeiro conseguir um emprego.
Atitude e ética profissional: a falta de pontualidade, confiabilidade ou uma atitude negativa no trabalho também pode afetar negativamente a empregabilidade de alguém. Empregadores procuram pessoas que demonstrem compromisso e uma ética de trabalho sólida.
Rede de contactos limitada: muitas vezes, encontrar emprego está relacionado à rede de contatocs - ou seja, quem conheces. Quem não investe em construir e manter uma rede profissional, pode ter menos acesso a oportunidades de emprego que não são anunciadas publicamente.
Falta de planeamento de carreira: pessoas que não têm um plano claro para o seu desenvolvimento profissional podem tomar decisões que não as posicionam bem para o mercado de trabalho futuro. Isso pode resultar em escolhas de educação ou capacitação irrelevantes para as necessidades do mercado.
Em suma, a falta ou a má empregabilidade pode resultar em períodos prolongados de desemprego porque as habilidades, atitudes e preparação para o mercado de trabalho são cruciais para competir eficazmente por empregos e manter-se empregável ao longo do tempo.
Então, você é empregável?
O profissional que tem o conhecimento, e consegue aplicar as habilidades, que o mercado procura, é empregável. Mesmo que esteja desempregado no momento, tem melhores perspectivas de encontrar um trabalho do que aqueles que não têm essas habilidades.
Se o seu perfil profissional está vazio ou muito básico, a sua empregabilidade é baixa e é urgente investir na aquisição de habilidades-chave para melhorá-lo. Alguns trabalhos de nível básico podem proporcionar renda enquanto adquire essas habilidades, mas é essencial que elas sejam a sua prioridade e objetivo principal.
Como desenvolver ou melhorar a empregabilidade?
Para melhorar o nível de empregabilidade, aqui estão algumas estratégias eficazes:
Desenvolvimento de habilidades técnicas: participar de cursos e certificações relevantes para a área de interesse, como programas de atualização em software ou cursos de especialização técnica. Exemplo: Um designer gráfico pode se inscrever em workshops sobre novos softwares de design gráfico. A ênfase aqui, é a relevância! Invista nas habilidades que o mercado procura atualmente.
Aprimoramento de habilidades interpessoais: participar de projetos colaborativos ou grupos de estudo para melhorar a capacidade de comunicação e trabalho em equipa. Exemplo: Um estudante pode se envolver num projeto de equipa na universidade para desenvolver habilidades de liderança e colaboração.
Adaptação às mudanças do mercado: Manter-se atualizado com as últimas tendências e tecnologias da indústria através de leitura constante, participação em webinars e conferências relevantes. Exemplo: Um desenvolvedor de software pode aprender sobre novas linguagens de programação emergentes através de cursos online.
Construção de uma rede profissional: participar de eventos da indústria, feiras de emprego e redes sociais profissionais para expandir o círculo de contactos e buscar oportunidades de networking. Exemplo: Um profissional de marketing pode participar de uma conferência da indústria para conhecer potenciais empregadores e colaboradores.
Nos próximos artigos, abordaremos como desenvolver habilidades essenciais para garantir um emprego, métodos práticos para avaliar e melhorar a empregabilidade pessoal, além das melhores práticas para aumentar as suas oportunidades de sucesso no mercado de trabalho. Vamos também explorar a importância da educação contínua, estratégias eficazes de networking e como utilizar feedback para aprimorar as suas habilidades profissionais. Estes tópicos são essenciais para quem busca não apenas emprego, mas também crescimento e sucesso na carreira escolhida.
Conclusão
Em resumo, a diferença entre desemprego e não ser empregável está na capacidade de uma pessoa satisfazer as exigências do mercado de trabalho atual. Enquanto o desemprego pode ser influenciado por fatores externos como economia e mudanças industriais, a empregabilidade refere-se às habilidades, conhecimentos e atitudes que um indivíduo possui para garantir e manter um emprego. Reconhecer essa distinção é fundamental para focar no desenvolvimento pessoal e profissional, adaptando-se às necessidades do mercado de trabalho em constante mudança e construindo uma carreira sólida e duradoura.